VENDEDORA DE PIZZA

VENDEDORA DE PIZZA

Na rua onde moro, de uns tempos pra cá, todas as noites após às 19:00 horas, passa uma vendedora de pizza, e  como ela faz isso?

Ela coloca nas costas uma mochila térmica, destas que os motoboys usam, enche com pizzas até a tampa e sai andando pelas ruas gritando “olha a pizza… olha a pizza quentinha”.

Por um acaso na quinta feira  passada, durante a minha caminhada noturna, eu a encontrei quando ela já havia vendido todas as suas pizzas.

Fizemos o mesmo trajeto por dois quarteirões, andando a alguns passos a minha frente, ela falava ao telefone no viva voz com uma amiga, e como ela tem um timbre de voz muito alto, foi impossível não ouvir a conversa.
Ela falava sobre um homem  que estava passando dificuldades porque tinha perdido o emprego por conta da pandemia, que reclamava da situação, mas ficava o dia inteiro no sofá assistindo TV, embora ela o tivesse   convidado  vender pizzas este se  recusou, quando ela então lhe disse: “olha rapaz, você está nesta situação porque você quer, porque jeito tem”.

Eu não conheço essa senhora, dá para supor que tenha perdido o emprego ou renda por conta da pandemia e acabou achando um jeito de ganhar algum dinheiro, mas com certeza dá para afirmar que ela faz parte do grupo de pessoas de atitude, as que fazem acontecer.

E isso me trouxe a seguinte reflexão: atitude e como anda a nossa vida.

Mudanças, tudo em nossa volta muda, por exemplo, o bairro onde moramos é igual de quando mudamos? Provavelmente não, devem ter construídos novos prédios, gente nova, novo comércio.

Por exemplo, as grandes empresas, elas são grandes e sobrevivem porque mudam, se adaptam as inovações, algumas até mudaram de foco, se transformaram de fabricantes de equipamentos para fornecedores de serviços, sem falar na tecnologia que só nos últimos anos muitas delas que eram de ponta, hoje são ultrapassadas para dar lugar a outras.

Desde quando frequento o Terreiro do Pena Verde, de todas as preleções das entidades chefes que já ouvi, em todas elas continham, de forma explicita ou implícita, três coisas: crescimento espiritual, mudança íntima e lidar com as diferenças, e aí vale lembrar que sem mudança interna e sem aprendermos a lidar com as diferenças não há como crescer espiritualmente.

E o caminho para mudança interna e lidar com as diferenças é ter atitude e coragem para mexer no nosso vespeiro interno, nos esvaziar das nossas verdades, se desfazer do nosso orgulho e ego, que nada mais são do que biombos, onde escondemos as nossas fraquezas, a nossa ignorância e os nossos medos.

Nem o universo, nem o mundo, nem as pessoas e muito menos a espiritualidade tem a obrigação de saber o que queremos, essa obrigação é nossa.
O que nós somos e onde estamos neste exato momento são frutos das nossas escolhas.
E pegando o gancho da vendedora de pizza, independentemente da pandemia, por que ela atingiu a todos nós com maior ou menor grau, se não estamos satisfeitos com a nossa vida é porque queremos, porque jeito tem.
Em primeiro lugar é preciso saber o que está acontecendo, pra onde queremos ir, o que queremos ser, se não sabemos, provavelmente vamos encontrar a resposta dentro do nosso vespeiro.

Se acharmos a resposta, precisamos definir o que é preciso para fazer acontecer, o que precisamos aprender, estudar e entender, pois não é recomendável sair em uma jornada sem uma bússola, mapa ou para os mais modernos um GPS.

Feito tudo isso, começa a parte mais difícil, que é pôr em prática e ter paciência, porém se tudo estiver calibrado, perceberemos que o universo, o mundo e a espiritualidade vão conspirar a nosso favor.

Nunca é tarde para fazermos mudanças, e se quisermos melhorar vamos constantemente ter que nos transformar, porque amanhã vai ser um novo dia e será diferente de hoje.

 

Texto elaborado por de Milton Norgini, Filho de Santo do T.E.U.C.Pena Verde – 07/07/2020

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