Estas normas foram criadas pela necessidade de organização, normatização padronização das práticas, conceitos e disciplina dos Filhos da Casa e da Assistência, em função do grande crescimento e exigência na evolução Espiritual do Templo.
Seu fiel cumprimento reverterá em total benefício de todos os Filhos da Casa, Mãe de Santo, Orixás e Entidades de comando e chefia deste Templo, bem como da própria Assistência, uniformizando a conduta de todos em prol de trabalhos mais firmes e eficientes.
NORMAS GERAIS PARA OS FILHOS DA CASA
OBJETIVO
Padronizar as atitudes, responsabilidades e condutas a serem seguidas por todos os Filhos da Casa nos trabalhos do Templo Espiritual de Umbanda Caboclo Pena Verde, quer seja no Terreiro como no Santuário ou em outras atividades programadas sob o comando da Mãe de Santo.
COMO ENTRAR NO TEMPLO
Ao entrar no Templo assumir uma atitude de respeito, pedindo licença ao dono da casa, Caboclo Pena Verde, aos Orixás e Entidades de Luz de Direita e Esquerda. Reverenciar de maneira pessoal e respeitosa a porta da frente, Cruzeiro das Almas, a casa de Esquerda e de Omulu e entrando na casa, do lado de dentro a Entidade Zé Pelintra.
COMO FIRMAR AS VELAS NO CRUZEIRO
Antes do início dos trabalhos, todos os Filhos da Casa obrigatoriamente devem firmar as seguintes velas (pequenas) para sua proteção e da Corrente na seguinte ordem:
– Vela branca para Oxalá
– Uma vela para o seu Pai e uma para sua Mãe de cabeça na respectiva cor
– Uma vela para a Entidade do dia na respectiva cor
– Uma vela preta/vermelha que deverá ser deixada na secretaria que será acessa posteriormente
– Caso não haja condição financeira para firmeza, acender obrigatoriamente uma vela branca para Oxalá e deixar a vela preta/vermelha na secretaria
– Seja breve ao cumprir suas obrigações e suba para compor a corrente mediúnica com firmeza, silencio e concentração
SAUDAÇÕES AO CABOCLO PENA VERDE
Ao chegar ao topo da escada reverenciar a imagem do Caboclo Pena Verde, sem tocá-la.
ENTRADA NO TERREIRO
Antes de passar pela Trunqueira de entrada, ajoelhar-se fazendo um Sinal da Cruz no solo com a mão direita, cujo significado é o de abrir os caminhos, e pedir permissão ao Orixá Ogum (Chefe da Trunqueira também representado pela vela vermelha acessa) e demais Orixás de comando e chefia da Casa.
CONGÁ
Em frente ao Congá, reverenciar Oxalá e os demais Orixás e Entidades dizendo como sugestão: “Agradeço a permissão de estar presente nesta Casa, torna-me digno deste momento e permita que eu possa contribuir com o melhor de mim para a realização destes Trabalhos”.
Durante este procedimento e qualquer outro que esteja relacionado ao Congá, este nunca poderá ser tocado, nem mesmo qualquer imagem nele exposta, isto se estende as águas da cachoeira e do mar e o sal que deverão ser pegas com as conchas.
QUADRO DA MENTORA (DONA ANNA)
Após reverenciar o Congá, saudar o quadro da Mentora sem tocá-lo.
Tridente e capa do Exu Sete Encruzilhadas
Em seguida da Mentora, saudar o Sr Sete Encruzilhadas e toda corrente da Esquerda sem tocar na capa e no tridente.
ATABAQUE E OGÃS
Cumprimentar e reverenciar os atabaques e os Ogãs curvando-se à sua frente em sinal de respeito.
SUA POSIÇÃO NA CORRENTE
Depois de completado os passos anteriores dirigirem-se às suas respectivas posições permanecendo em absoluto silêncio e concentração, preparando-se para a abertura dos Trabalhos.
O cumprimento aos irmãos, Mãe de Santo e Pai Pequeno deve ser feito antes de subir ao Terreiro. Se isso não foi possível fazer apenas uma reverencia no chão em sinal de respeito à Mentora Espiritual e ao Pai Pequeno, sem a necessidade do contato físico.
BEBIDA E TABAGISMO
É vedado a ingestão de bebidas alcoólicas no Terreiro durante os trabalhos, bem como o tabagismo em ambos os casos liberados somente em casos especiais para limpeza de guias os outros rituais.
DAS SAUDAÇÕES
Saudação e cumprimento a Mãe de Santo
O cumprimento a Mãe de Santo deve ser quando de sua entrada no Terreiro através do Canto de Saudação. Não há necessidade de cumprimentos individuais. Os Filhos da Casa que chegarem atrasados farão o cumprimento dentro da Corrente.
ORIXÁS E ENTIDADES
Cada Orixá ou Entidade tem uma saudação específica e característica que deve ser observada e seguida para o perfeito cumprimento. Assim sendo segue abaixo as corretas saudações e seus significados:
– Oxalá: Oxalá Epa Babá! : Salve o Pai!
– Ogum: Ogum iê! Meu pai.: Salve Ogum!
– Xangô: Kao Kabesilê Xango! : Venha saudar o rei!
– Oxossi: Okê Oxossi! OKê Arô!Okê Caboclo: Salve aquele que grita, que brada!
– Obaluaê/ Omulú: Atotô Obaluaê! Salve a força de Omulú : Salve rei e senhor da terra!
– Iansã: Eparrei Iansã!
– Oxum: Ora ieê ô mamãe Oxum! ; Salve benevolente Oxum!
– Iemanjá/ Janaina: Odó iyá Iemanja/Janaina: Mãe das águas!
– Nanã:Saluba Nanã!
– Baiano: É da Bahia meu pai!
– Boiadeiro: Getruá Boiadeiro! Xeto, Maromba Xeto! : Salve, aquele que tem braço forte, pulso forte!
– Marinheiros: Salve a Marujada!
– Preto Velho: Adorei as almas
– Criança: Ibeji! Ou Beijada : Salve todas as Crianças!
– Exu/ Pomba-gira: Exu é Mojubá! Ó grande eu te saúdo! OU Laroyê Exu! Exu é mensageiro!
– Ciganos: Optchá!: Salve!
VESTIMENTAS É obrigatório o uso da roupa branca dentro do Terreiro durante os trabalhos. As mulheres deverão usar saia branca com calça grossa branca não transparente por baixo (é proibido o uso de calça tipo “fusô”), camiseta branca e Ojá, ambos com o emblema do Templo e calçado branco sem salto, tênis branco ou chinelo branco ou descalço.
Os homens devem usar calça branca, camiseta branca com o emblema do Centro e Ojá, calçado branco, tênis branco, chinelo branco, ou descalço. Vale o mesmo para o Santuário apenas com o uso da camiseta verde no lugar da branca.
Na festa de Iemanjá deverá ser usada a camiseta verde com o emblema do centro. É também proibido o uso de acessórios tais como, brincos de tamanho desproporcional, pulseiras, relógios, peircings etc., em todas as atividades Espirituais.
GUIAS São instrumentos de ligação da espiritualidade com o mundo material. Servem como condensadores de energia e protetores, contendo a energia do Orixá e/ou Entidade. As guias de trabalho servem para melhorar a ligação fluídica do médium com a Entidade e/ou Orixá.
Devemos tratá-las com respeito, devendo ser guardadas dentro de sacos brancos para guias de Direita e preto/vermelho para as de Esquerda.
Não deixá-las dentro de carros, banheiros ou lugares de baixa energia. As Guias de Trabalho devem ser guardadas no armário, dentro do Templo.
Podemos ter guias de Direita e Esquerda para uso pessoal, para nossa proteção diária. Também devem ser guardados em lugares próximos e apropriados, com o máximo de cuidado, em sacos para esse fim.
As guias devem ser de material natural, como porcelana, cristal ou sementes, pois esses materiais absorvem a energia e a vibração de forma apropriada. Plásticos e outros materiais como vidros ou resinas não possuem as propriedades necessárias para fixação destas energias espirituais e não são capazes de absorver e reter as imantações divinas condensadas em suas consagrações.
Todos deverão usar as guias conforme o padrão do Centro, ou seja, com 126 ou 147 contas mais a firma, podendo ser de cristal ou porcelana. Deverão ter uma única cor, exceção feita às guias de Sete Linhas (com as cores das sete linhas), Omulu (branca, preta e vermelha), Criança (rosa e azul) e Esquerda (preta e vermelha) e de Cigano (com as sete cores mais a laranja). As guias de Baiano podem ser também feitas de “coquinhos”. Os Filhos da Casa deverão ter no mínimo uma guia branca de Oxalá, Uma de Sete Linhas, uma de seu Pai e uma de sua Mãe de cabeça na respectiva cor e uma preta ou preta/vermelha para os trabalhos de Esquerda.
Em função das condições financeiras poderá optar por guias pequenas, sendo obrigatoriamente uma branca de Oxalá, uma de Sete linhas e uma preta ou preta/vermelha.
Quaisquer outras guias, de padrões diferentes devem ser autorizadas somente pela Mentora Espiritual. Isso evita excessos de vaidade e mistificações que não acrescentam nada ao nosso trabalho espiritual na Umbanda que é simples e puro.
PRELEÇÃO E AVISOS
Durante o tempo que uma Entidade estiver fazendo uma preleção ou mesmo a Mãe de Santo estiver dando avisos todos deverão ficar em perfeito silêncio e atentos.
COMPROMISSOS E OBRIGAÇÕES
São obrigações indispensáveis de todos os Filhos de Santo:
– O cumprimento das normas gerais constante neste documento.
– O comparecimento obrigatório a todas as Giras, Trabalhos no Santuário, Festa de Iemanjá e todos outros trabalhos determinados pela Casa. Toda e qualquer impossibilidade de presença ou atraso deverão ser comunicados com antecedência.
– É de extrema importância a presença dos Filhos da Casa 30 minutos. antes do início dos trabalhos, podendo realizar com calma e maior concentração os preparativos e obrigações na realização de suas firmezas e participação desde a preleção inicial;
– Os Filhos da Casa que se ausentarem por tempo superior a três (03) Giras sem uma justificativa plausível serão impedidos do exercício de suas funções normais, devendo ficar à disposição de Trabalhos de Direita e de Esquerda a fim de se integrarem novamente à corrente, retornando as suas atividades somente a critério da Mãe de Santo.
– Os médiuns iniciantes deverão cumprir um período de um ano para serem coroados como Filhos de Santo. Uma vez Coroados, deverão usar suas Coroas na cabeça durante os dias de comemoração.
– Os Médiuns em desenvolvimento devem obrigatoriamente restringir as incorporações somente à Entidade do dia. No caso das giras de Caboclo deve dar passagem apenas ao Pai de cabeça (Orixá). A passagem para outras Entidades e Orixás somente será permitida no Santuário quando das oferendas em sua homenagem. Isso dinamiza a realização dos trabalhos
– Após o período de três (03) anos da Coroação, os médiuns deverão fazer obrigatoriamente sua Firmeza de Filhos de Santo, que os tornam aptos a fazerem parte de Trabalhos que exijam maior firmeza ou mesmo de iniciar-se como Médium de Consulta se esta for sua missão. Firmeza deverá ser renovada a cada cinco (05) anos.
– Todos os Filhos da Casa (principalmente Ponteiros e Pai Pequeno) deverão fazer um Descarrego completo por mês. Esta obrigação inclui os Médiuns que atuam nos trabalhos de Cura. Este descarrego será feito durante as giras do mês, procurando evitar maior concentração na gira de Esquerda, em razão do grande número de trabalhos realizados para a Assistência.
– É dever dos Cambones de Apoio da Gira e de todos os Filhos da Casa observar e coibir a circulação de consulentes no terreiro antes e após as consultas e/ou descarregos, orientando-os e acompanhando-os até a saída do terreiro, evitando assim a possibilidade de um consulente passar com mais de uma Entidade. Todos devem observar também posturas, vestimentas, inadequadas dos consulentes e orientá-los a usar a bata oferecida pela casa durante sua permanência no terreiro.
– Os Filhos da Casa e Assistência têm por obrigação o pagamento mensal do tributo instituído pela Casa para que ela possa atender a todas as necessidades de manutenção, preservação física do prédio, segurança externa bem como mantendo todo o local limpo e apropriado para o uso de todos. Em caso de desemprego ou qualquer outro tipo de problema que impeça de cumprir seu compromisso, entrar em contato com a secretaria.
– Nenhum Filho de Santo deve retirar-se do Templo e de suas atividades na Corrente antes das 23:30 horas ou enquanto as Entidades sob seus cuidados estiverem presentes. É também de sua responsabilidade manter seu espaço limpo e organizado, antes, durante e depois dos Trabalhos.
– Todos os Filhos da Casa têm por obrigação cumprir rituais de defesa antes dos Trabalhos, sejam eles no Templo, Santuário ou qualquer outro determinado pela Mãe de Santo, tais como: Banho de Defesa, defumação de sua casa, não ingerir bebidas alcoólicas, ingerir somente alimentos leves, evitando carnes vermelhas, abster-se de relação sexual e evitar locais não apropriados de energia desfavorável.
– Os Filhos da Casa não poderão consultar-se ou fazerem descarrego antes do término do atendimento à Assistência, exceto aqueles que por motivo de saúde, ou trabalho precisem sair mais cedo, ou mesmo aqueles que estejam necessitando de Assistência espiritual mais imediata.
– É expressamente proibido aos Filhos da Casa realizar consultas, ou trabalhos espirituais fora das dependências do Templo, e sem autorização previa da Mãe de Santo. Tal prática não autorizada pode incorrer em prejuízos sérios, desestabilizando o próprio Médium, com repercussões para o Templo e principalmente para a Mãe de Santo. Vale lembrar que o ambiente do Templo está respaldado espiritualmente para o exercício de qualquer atividade ou prática, o que não ocorre fora do mesmo.
– É expressamente proibido a todos os Filhos da Casa a divulgação ou comentários internos ou externos referentes aos assuntos tratados entre Entidade e consulente. Os assuntos discutidos entre Entidade e consulente são de ordem pessoal o que exige sigilo absoluto. A prática da confidencialidade é uma questão de ética e bom senso e deve ser característica de todos os Filhos de Santo.
– Todos os Filhos da Casas devem estar conscientes de que o grau de parentesco e relacionamento não deverá influenciar ou mesmo ser tratado/considerado dentro do Templo, isto inclui todo e qualquer assunto não pertinente à atividade Espiritual.
– As Filhas de Santo que constam do calendário das flores para decoração do Congá, devem se inteirar com antecedência de uma semana, de acordo com suas posses quando devem providenciar as flores. Esta obrigação é de grande importância para que o Congá não fique sem a vibração e reverencia de agradecimento que essas flores expressam.