QUARENTENA – O EXERCÍCIO DE SI

QUARENTENA – O EXERCÍCIO DE SI

SILÊNCIO.
O momento pede SILÊNCIO.

Estávamos vivendo uma rotina desgastante. Ritmo acelerado do FAZER. Um fazer incessante. Atenção dispersa, estímulos constantes advindos de múltiplas fontes. Aceleração do pensar e do agir. Muitas vezes durante o dia nem conseguíamos perceber outras coisas se não a jornada exaustiva de trabalho. Horários, compromissos, metas, prazos… e no meio disso tudo uma tecnologia desenfreada e uma natureza cada vez mais destruída em prol de interesses próprios.

CRISE.

O mundo entra em colapso. Um vírus com o poder de fazer o mundo parar (pelo menos em uma proporção significativa!). Todos foram obrigados a mudar, quebra no padrão de rotina (mesmo aqueles que se mantém trabalhando, o ritmo e a forma já não são as mesmas).

Toda crise traz sofrimentos, perdas…. mas sempre consiste em oportunidade de desenvolvimento. E por qual desenvolvimento essa crise clama?

De repente, estamos dentro de casa. Sozinhos. Ou acompanhados de nossos mais íntimos.

De repente, somos obrigados a mudar minha rotina e hábitos.
De repente, é momento de SENTIR. Para alguns, uma tarefa árdua: se sentir.
De repente, percebemos que o momento é de percepção e trabalho de si. Obrigados a entrar em contato com o ócio (em maior ou menor grau). Ah! Que importante e esquecido o valor do ÓCIO. Limpando-se de atributos negativos criados pelos ideais capitalísticos, o ócio é elemento essencial ao processo criativo.
Ninguém está dizendo que o trabalho e o ‘pataco” (dinheiro) não tenham importância e extrema relevância, mas o momento é outro…para o equilíbrio do universo precisamos de tudo. O dia e a noite se fazem necessários, luz e sombra, fazer e não fazer. De que adianta olharmos o outro, cuidarmos do outro se não conseguimos suportar a nós mesmos?

Estamos em casa. E como está essa morada? Quem a habita?
Conhecemos-nos de fato? Como está o nosso cuidado próprio, de nosso corpo, nossa mente, nosso espírito?

SILÊNCIO. É HORA DO SENTIR.

Perder o controle, sim. Permitir-se a tristeza, o medo, a ansiedade, também faz parte. Olhar e sentir a si mesmo tem dessas coisas. Não precisamos interpretar, entender ou temer os nossos sentimentos. Deixe-os escapar. Deixe-os limpar. Permita-se SENTIR, apenas isso.

MEDITE. ENTRE EM CONTATO COM A NATUREZA ATRAVÉS DE SUA MENTE E DE SUA VIBRAÇÃO.

Se tiver paciência e persistência perceberá que após algum tempo esses sentimentos se transformam. A natureza que te habita se conecta com a natureza do universo (e afinal não são a mesma natureza!?). Água, fogo, terra, ar. Sinta essa regeneração. É momento de REGENERAÇÃO. Para isso é necessária uma limpeza, uma limpeza de alma.

Só assim a essência de nosso espírito se revela. E que força e poder temos dentro de nós! Acredite nisso.

Momentos de fragilidade são extremamente necessários, não nos tornam mais fracos, pelo contrário, mostram o quão fortes somos em nos permitir atravessá-los, em nos atravessar, em nos navegar.

Agora é a hora de fortalecer nossa fé. Conexão constante com os Guias e Orixás, mas (como nossa amada Umbanda nos ensina) jamais esquecer a fé que precisamos ter em nós.

É MOMENTO DE SE CUIDAR, DE SE DESCOBRIR, DE SE EXPLORAR…

Será que temos nos desbravado o suficiente?

Às vezes em nossa rotina naturalizada, esquecemo-nos de nos perguntar: o que me dá prazer? O que preenche minha alma? Minhas escolhas estão sendo conduzidas pela minha própria bússola? Quais caminhos tenho percorrido?

O CUIDADO DE SI LEVA NECESSARIAMENTE AO CUIDADO DO OUTRO.

Amor, respeito, confiança, paz começam dentro de nós.

Saibamos nos aliar às vibrações e práticas que criam mais VIDA.

Vida em mim, vida em você, vida em nós.

Saravá!

Texto elaborado por Isadora Di Natale Nobre Filha de Santo do T.E.U.C. Pena Verde – 27/03/20.

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