Homenagem do mês de Novembro: Iemanjá
PEDIDO A OXUM
Oh Mãe ! Presente em tantos embalos
Sentida em todos os cantos
Banho- me em suas águas,
Sinto-te em mim
Nos rios e nos prantos.
Nasceu em mim um pedaço de Ti
Pariu de minh’alma conjunta
Um completo sentido de mim
Que em um singelo embalo
Discretamente sorri.
Oh Mãe ! Presente desde sempre
certamente amanhã estará
Mas, através de nós, que futuro restará?
Falta a nós o presente enxergar?
Força das cachoeiras conduzem à flor
Correntes doces e frias emanam calor
Rochas cortadas por quedas aliviam a dor
Por que tão difícil hoje compartilhar o amor?
Embalo em meu colo a esperança
No meio da mata arremessada a lança
Qual caminho seguirá?
Para onde o mundo a guiará?
Darei eu a direção que aprendi com Oxalá
Mas e no mundo e com todos
e para os outros e para si
Que responsabilidades esta pequena terá?
Responsabilidade, Mãe
Dever aparentemente agora esquecido
Seus filhos em carne o amanhã lamentam
Seus filhos de então o passado lastimam
Filhos que pouco hoje fazem
Para deixar um futuro sadio
Filhos de palavras duras e frias
Que oram por um acalanto aquecido
O que deixaremos para o futuro?
Mensagens de ódio compartilhadas?
Falsas palavras que em linhas tortas
a quem interessa, verdade se
Tornam?
Que amanhã estamos criando?
Com muros e bombas
Com fomes e bombas
Com refugiados vendo a dignidade
desmantelada
Com intolerâncias e guerras longas
Palavras que se transformam …em
bombas.
Que valores, minha Mãe, estamos criando
O peso da moeda se torna maior
O sentimento do poder se sobressai
E o amor, o Seu amor, Mãe se esvai …
Em minhas mãos, em seu embalo
carrego o enorme peso
Que em menos de três quilos alcança
O sentimento puro do amor
Que em mim desperta mais
o querer de um amanhã com
bonança.
Desperta agora em minhas mãos
com o choro de fome
lágrimas do novo
Lágrimas da paz
Reacende em minh’alma
a faminta vontade,
o emocionante desejo,
de ver no mundo
mais lágrimas de paz
Mãe, por tudo que tenho lido
Pelo que tenho visto e sentido
Pelo descompromisso dos aqui
encarnados
Pelo (pouco) que já vivenciei deste
Brasil
Mãe, por ver a falta de Oxum no
corriqueiro
Por te ver ausente nas pequenas atitudes
Ausência não por parte de Ti,
mas por podres mentais açudes
de irmãos que represam o acreditar
da ilusória pessoal plenitude
da unilateral e egoísta
e tão logo infiel a Ti, plenitude.
Por tudo e tanto, um pedido Te faço
Não de um amanhã vazio de culpas
Não de um hoje imune a fracassos
Mas um pedido … pedido de
Desculpas
Perdão pelo ódio que alimentamos
Pelas palavras arredias dos outros
E pelas respostas tão ou mais arredias
Perdão pelo pensamento do
“eu” pesar mais
Pela visão do “nós” ser tão turva
Pouco menos de três quilos
em minha mão
pesam uma infinitude de amor
Peso maior que qualquer moeda
Que alimenta meu poder de amar
E de mudar
E de ver o mundo amar
E enfim
Mudar
Poema de Ricardo Moreno, Pai Pequeno do T.E.U. C. Pena Verde.
Desafio do Mês de Outubro: O que mamãe Oxum me ensinou?
A amar os estranhos, principalmente quando me sinto comovida e a compaixão me impulsiona a tentar aliviar a dor de alguém de alguma maneira trazendo ao menos um pouco de alívio para ela.
Ensinou-me a esquecer e relevar minhas desavenças familiares ou falhas de pessoas queridas, sentindo apenas uma imensa vontade de estender minha mão e ajudar em qualquer circunstância mesmo sabendo que eles talvez não fariam o mesmo por mim.
Ensinou-me a amar o parceiro sem autoridade, posses, exigências e chantagens emocionais pois não existe amores doentes e egoístas, o amor é único , puro , sublime e incondicional.
Ensinou-me que sem amor não há vida e quando bloqueamos o amor nos trancando em nossas próprias redomas de proteção, nossa alma escurece , fica vazia e sem brilho próprio.
Ensinou-me que mesmo que eu insista em evitar o amor não há como fugir dele, pois ele nasce com a gente, pertence a nossa existência e está cravado em nossas almas; ele tem sede, lateja e pulsa dentro de nós mesmos tentando abafar essa força de vez em quando; não tem como não vivenciar essa potência de luz divina.
Ensinou-me que a paz verdadeira só preenche nosso ser através da vibração e prática do amor que é fruto divino e abençoado do nosso criador maior. E foi criado para darmos continuidade na plantação, expansão e emanação no decorrer de nossas existências e o amor é o estado mais puro de nosso ser.
Oxum nos ama e nos protege, mas também pede que possamos emanar e doar mais Amor. Ao contrário iremos nos esvaziar e nos perder em nossas próprias existências.
Tenhamos cautela irmãos para que nossa fonte jamais seque, não podemos nos privar de ser fonte de amor pra nós mesmos e para nossos irmãos.
Que mamãe Oxum nos cubra com seu manto dourado de amor nossos passos, nossa consciência e coração.
Sarava mãe Oxum, obrigada por nos amar incondicionalmente.
Texto da médium Roberta Rodrigues