Corrente Espiritual

Corrente Espiritual de Trabalho de Um Templo

Quarta feira é dia de Gira, é o dia que reservamos para celebrar a nossa fé, a religião que nós escolhemos, a Umbanda.

Cada religião tem uma maneira particular para celebrar a sua fé, como por exemplo, a Católica com a missa, a Evangélica com o culto e etc., e a Umbanda com a Gira.

Diferente da missa e do culto, em que tem o Padre e o Pastor como figura principal, a Gira além de ter a Babá como figura principal, é formada também pela Corrente que lhe dá sustentação e proteção.

A Corrente é composta por seus filhos, filhos de fé, Médiuns que foram escolhidos pela espiritualidade, acolhidos pela Casa e que vestiram a roupa branca por livre e espontânea vontade, portanto cientes de suas responsabilidades, respeito, regras e disciplina que devem seguir.
Para que uma Gira transcorra da melhor maneira possível, serena, com paz e equilíbrio, se faz necessário à formação de uma Corrente forte, que deve ser formada preferencialmente antes da abertura, para acrescentar a toda preparação a qual a Casa está sendo submetida por varias outras Corrente Espirituais.
Cada filho, elo desta Corrente, seja lá a função que tenha está na Corrente por algum motivo específico, que foi determinado pela espiritualidade e cada uma destas funções dada pela espiritualidade ou pelo comando em terra da Casa, deve ser respeitada e acolhida por todos, portanto todos sem nenhuma exceção são importantes, e a sua ausência, por motivos justificáveis ou não, é sentida e de alguma forma, prejudica os trabalhos, deixando lacunas que serão fechadas, porém não com a mesma qualidade.

Nós umbandistas temos o privilégio em pertencer a uma religião dos “sentidos”, da sensibilidade do espírito projetada na matéria, é possível sentir a vibração energética da Casa, das Entidades, dos Orixás e para os mais evoluídos, a vibração de Oxalá, bem como de energias negativas, contrárias e quanto mais estes sentidos são apurados mais seremos barreiras bloqueadoras eficazes para que elas não se propaguem e sejam banidas ou contidas e encaminhadas às forças de orientação e doutrina da Casa.

É importante enfatizar, como já foi mencionado por varias vezes, que infelizmente existem forças contrárias que por vários motivos atuam contra a nossa Casa, a Corrente e contra nós. Além disso, vindas das pessoas que procuram a Casa nas quartas feiras que estão “carregadas” ou acompanhadas de presenças maléficas, que fazem de tudo para atrapalhar e influenciar negativamente os propósitos da Casa que é principalmente a caridade e o crescimento espiritual, daí a necessidade de uma Corrente forte e vibrante com Médiuns firmes e concentrados.

Nós Médiuns devemos entrar para a formação da Corrente assim que chegarmos ao Terreiro, munidos de tudo aquilo que necessitamos para a Gira: fé, paz, bom senso, humildade, equilíbrio, amor, no objetivo da doação em caridade e, deixar no armário tudo aquilo que nós não precisamos nem na Casa e nem em nossas vidas: orgulho, tristeza, raiva, rancor, preconceito, prepotência, soberba, desrespeito. Procurar o seu lugar, e em silêncio e meditando, se for possível, entrar em sintonia com toda a energia que é emanada do Conga, para criar um campo de vibração e energia em todo o Terreiro, energia que nos prepara e protege para todo o trabalho que vai ser realizado, para dar o melhor de cada um de nós para as nossas Entidades e a todas as pessoas que procuram o nosso Templo, afinal não é por outro motivo que vamos ao Terreiro todas as quartas feiras.

Médium, na minha concepção é acima de tudo um aprendiz, pois se estamos na Corrente não é por outro motivo senão o de aprendizado e crescimento espiritual.
Texto escrito por Milton Carlos Norgini,